segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Linkin Park - The Hunting Party (2014) #2


Segunda parte da crítica a The Hunting Party. Primeira parte AQUI.

5) War



"Victory decides who's wrong or right"

War é provavelmente a música mais pesada de The Hunting Party. Cantada totalmente em screamo por parte de Chester, com um ritmo alucinante proporcionado pela bateria de Rob Bourdon (não admira que este tenha tido problemas nas costas durante as gravações deste álbum...) e uma letra muito pró-bélica, é unidimensionalmente um grito de guerra sob a forma de música, com todas as vantagens e desvantagens associadas a esse carácter.

6) Wastelands




"They talk like a shotgun
But how many got bred with integrity?
Not one"

Aquela que se tornou o terceiro single de The Hunting Party tem um significado especial para mim, pois a primeira vez que a ouvi na íntegra foi na fila da frente do Rock in Rio. Ainda durante o concerto dos Queen of Stone Age, Joe Hahn, o DJ dos Linkin Park, andou a distribuir CDs com o single pelo público, precisamente na zona onde me encontrava. Mais tarde, como podem ver no vídeo acima, Mike atiraria uma mão-cheia de CDs para a audiência antes da primeira apresentação da música. Não consegui nenhum CD, infelizmente, mas cheguei a ver um deles e a explicar a um dos felizes contemplados que receberam um que era o novo single. Tal como seria de esperar, o single apareceu no YouTube na manhã seguinte; no entanto, gostava de ter ficado com um dos CDs por motivos sentimentais - até porque suspeito que o tipo com quem falei não valorizaria o CD tanto como eu.

De qualquer forma, já foi bom ver o Joe Hahn a passar mesmo à minha frente.

Falarei melhor sobre o Rock in Rio mais à frente, para já continuemos a análise ao álbum. Se as circunstâncias em que Wastelands foi lançada como single foram especiais, a música em si, infelizmente, não é nada de especial. Em termos de letra está bem colocada no álbum a seguir a War, na medida em que pega onde a faixa anterior parou e segue até a um cenário pós-apocalíptico. Tem a estrutura-tipo das música dos Linkin Park, com o rap de Mike e o refrão de Chester, mas poucos elementos que lhe deem carácter para além disso. O refrão, aliás, soa-me demasiado similar ao de Guilty All the Same e nem sequer tem a mesma força. No entanto, gosto do último refrão, em que a música abranda e os vocais de Chester soam mais melodiosos. Pontos também para a transição para Until It's Gone. No entanto, na minha opinião, é das menos conseguidas de The Hunting Party.

7) Until It's Gone




"'Cause finding what you got sometimes
Means finding it alone"

Já tinha falado sobre o segundo single de The Hunting Party aqui. Pouco após publicar essa entrada, confesso que me senti algo hipócrita por ter criticado tão duramente a letra da música. Afinal, não se pode dizer que os Linkin Park sejam grandes poetas, se formos a ver, muitas das faixas deles têm letras fracas. No entanto, mantenho a minha opinião, pois várias das letras deles, ainda que longe de perfeitas, são suficientes para ser possível contar uma história a partir delas, ou pelo menos definir um cenário ou um sentimento. Por outro lado, em Bleed It Out estamos demasiado distraídos com a energia frenética, quase doentia, da música para nos preocuparmos com a letra.

Infelizmente, o excelente tratamento musical de Until It's Gone não chega para esquecer a letra repetitiva e cheia de clichés. Continuo a achar que bastava não repetirem até à exaustão a irritante frase-feita para Until It's Gone ser uma das melhores dos Linkin Park. Assim, mantém-se apenas mediana, o que é uma pena.

8) Rebellion




"And far away, they burn their buildings
Right in the face of the damage done"

Nesta faixa, participa Daron Malakian, da banda System of a Down, na guitarra. Muitos têm assinalado que Rebellion se assemelha, de facto, a uma canção dos SOAD - como não estou familiarizada com o trabalho da banda, não me posso pronunciar sobre esse aspeto. Apenas posso dizer que é uma das melhores de The Hunting Party.

De início, os vocais graves de Mike sobre este tipo de acompanhamento, causaram-se confusão. Cheguei mesmo a pensar que não era ele a cantar. No entanto, consegui entranhar. Reconheço que a banda arriscou com este tratamento, em vez de se contentar com a habitual estrutura Mike-no-rap-Chester-no-refrão e acho que esta experiência não saiu má de too. As vozes dos dois, Chester e Mike, casam bem, sobretudo no segundo e terceiro refrões. Também gosto das guitarras nesta música, pelo que a participação de Malakian não terá sido desperdiçada. Destaque para a sequência que se segue ao segundo refrão, antes dos gritos de Chester, com o crescendo de "We fall apart... we fall apart".

A letra de Rebellion é, na minha opinião, uma das melhores deste álbum, se não for a melhor. Com traços inesperadamente políticos e atuais, Rebellion fala sobre a opressão, a miséria, a guerra, a revolta dos povos, a partir do ponto de vista de países do primeiro mundo, que não têm de lidar com esses problemas, ou lidam em menor escala. Numa altura em que o mundo lida com tantos conflitos na Ucrânia, na faixa de Gaza, entre outros locais, este é um tema muito atual.

Como podem ver, Rebellion é um ponto forte de The Hunting Party. Muitos esperam que se torne single, mas é difícil de prever.


A crítica continua aqui.

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