sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Avril Lavigne (2013) #4


Depois de termos analisado as faixas de Avril Lavigne AQUI, AQUI e AQUI, passemos às alegações finais.

Conclusões:

Este é o quinto álbum, homónimo, de Avril Lavigne. Quando anunciaram o título deste disco fiquei de pé atrás. No entanto, depois de ouvi-lo, a verdade é que não consigo pensar num título mais adequado. Com faixas que recordam outras mais antigas, outros álbuns, outras fases da carreira da cantora, Avril Lavigne assemelha-se a um Greatest Hits com três ou quatro faixas novas.

Este foi o aspeto que mais me desiludiu neste álbum: a falta de originalidade, de inovação, de músicas com que me identificasse. Os temas abordados são recorrentes na discografia dela, com destaque para as chamadas break up songs - já é o quinto álbum e nem sequer existe a atenuante de Goodbye Lullaby, em que ela vinha de um divórcio e estas músicas foram apresentadas sob uma perspetiva diferente. As músicas de verão, de festa, da celebração do espírito jovem, adolescente, não são tão ostensivamente recorrentes mas também não trazem novidade. Se em Goodbye Lullaby houve uma tentativa - não completamente bem sucedida - de crescer com a sua audiência, em Avril Lavigne ela refere claramente que não quer crescer. OK, é um espírito muito bonito e tal, mas vejam: ela está perto da casa dos trinta. Tinha dezassete anos quando se estreou na música, aproximadamente a mesma idade que os seus fãs tinham, fãs esses que, agora, podem já ter filhos. É fácil ser-se eternamente jovem quando se pode fazer aquilo de que se mais gosta. Quem, no entanto, tem um emprego das nove às cinco, ou mais longo, filhos para criar, contas para pagar, não se pode dar ao luxo de não crescer.



Não estou ainda nessa fase mas, tal como penso ter referido anteriormente, não me identifico particularmente com esse espírito. Nunca fui grande fã de música de festa e continuam a existir demasiadas faixas desse género hoje em dia. Além disso, como escritora que colhe inspiração em música, este álbum não dá grande material. As faixas têm pouca história por detrás - ou melhor, até têm mas são as mesmas de sempre. Já não existem músicas como Mobile, Nobody's Fool, Take Me Away, Slipped Away, Runaway, Keep Holding On, Darlin', Everybody Hurts, mais voltadas para o quotidiano com que muitas pessoas se identificam de uma maneira ou de outra. Mais de fora do habitual espectro de amor/desgosto e borga que, hoje em dia, estão demasiado vulgarizados no mundo da música.

É claro que basta olhar para vídeos de bastidores dela, em diferentes fases da carreira dela, para perceber que esse espírito faz mesmo parte na sua personalidade: ela é no geral uma pessoa alegre, descontraída, que não se leva demasiado a sério, que por vezes parece ter a mentalidade de uma miúda de cinco anos. Não é de admirar que se sinta mais à vontade em temas mais ligeiros, que não faça nada mais profundo que uma break up song. E, para o bem e para o mal, a Avril sempre foi genuína, despretensiosa, fazendo aquilo que bem entende, independentemente do comercial, das tendências ou do que era esperado dela.


Esta é apenas a minha opinião. Sei que existem fãs que não são como eu, que não gostam que os seus artistas evoluam. Nesse aspeto, a diversidade em Avril Lavigne tem a vantagem de possuir faixas que agradam a vários tipos de fãs. E se passarmos à frente dessa questão da falta de originalidade, de amadurecimento significativo, as músicas são boas. As letras, apesar de ainda simples, estão mais elaboradas, mais consistentes em relação aos álbuns anteriores. E mesmo tendo em conta todos os pontos fracos listados ao longo desta crítica, todas as faixas, mesmo Hello Kitty, têm coisas de que gosto, dão me vontade de cantar, dançar, como só as músicas da Avril são capazes de fazer.

E não fui a única, de resto. Este álbum anda, aliás, a receber críticas positivas, ao ponto de o classificarem como um dos melhores álbuns pop do ano. Superior aos trabalhos de Katy Perry e Miley Cyrus - e eu não estava de todo à espera disso.



No que a mim me diz respeito, este álbum estará sempre associado a Vila Viçosa, onde passava o fim de semana quando o ouvi pela primeira vez.

Fez há pouco tempo dez anos desde que ouvi uma música da Avril pela primeira vez (I'm With You). Desde essa altura tem sido ótimo acompanhar o lançamento de cada single, cada vídeo, cada álbum Este álbum é mais um capítulo dessa história. Um capítulo que serve mais para recordar o caminho percorrido até ao momento. Agora que o CD já foi editado, anseio pelos próximos singles, pelos pormenores da digressão e, mais à frente, saber como será o sexto álbum. Cinco já estão lançados. Agora, na linha de Here's to Never Growing Up, a mais quinze álbuns de Avril Lavigne.

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